█ Maia, Primeiro Ministro sem nunca ter sido

Há, atualmente, no Brasil, duas questões, cujas soluções, não sendo tratadas, politicamente, como fundamentais, têm gerado muitos estragos ao País. Ambas, herança do casamento político entre Lula e Dilma, que destroçou a unidade sistêmica governamental.


Uma delas é a inversão dos valores semânticos das palavras e o desapreço pela sintaxe, que foi à loucura nestes últimos anos de atraso educacional. O ataque à língua, não é coisa nova; também, foi um dos destaques do Manifesto de Mário de Andrade, na Semana de Arte Moderna, em 1922, no qual procura disfarçar a cópia tirada do Manifesto Futurista do italiano Filippo Tommaso Marinetti, militante comunista da época, que, entre outras aberrações já postas em prática entre nós, desejava acabar com a língua nacional, a partir da destruição da sintaxe. Como tudo no Brasil é carbono, até mesmo a “segunda onda”, atual, estamos vivenciando o prognóstico do esperto farsante Marinetti, que trocou o comunismo pelo fascismo, assim que Mussolini chegou ao poder. Minha pele, minha vida!


A outra é a separação das instituições, que agem como se vivessem intramuros, estanques, sem nenhuma relação conjuntural, o que faz com que se tenha a impressão de que cada uma agasalhe o seu Brasil particular e siga o seu particular Guia Prático de sua também particular Constituição, formato de bolso. Até mesmo as Forças Armadas estão pensando e agindo assim, confundindo defesa da Nação com política nos quartéis, como se nos governos do casal ideológico citado, o petismo não tivesse entrado e se refastelado na caserna.


Cada uma dessas áreas institucionais tem seus próprios ditadores, que de mosquetão, em punho, mira, diuturnamente, no Executivo. Atiradores, no estilo Caramuru e João Ramalho, de maneira tupiniquim, tentam derrubar quem foi eleito pelo povo, embora a palavra “democracia” deite e role nas suas bocas cheias de hipocrisia.


Assim sendo, sem nenhuma ligação afetiva e cívica com o País, essas instituições deixaram à solta, dois mostrengos, que engordaram no físico e no bolso à custa de muita “mutreta”. Esta foi a única palavra que encontrei, adequada às sujas ações golpistas de dois políticos pilantras e de onze nefastos togas pretas.


O Roliço Botafogo Maia, que não pode negar ser filho de quem é, já era chamado pela imprensa marrom de “Primeiro Ministro”, mesmo antes de a tentativa de golpe ter sido deflagrada pelo STF. Cheio de empáfia, não retrucava ao ser assim denominado; ao contrário, seu ventre, já dilatado, mais ainda inflava de satisfação.


Abortado o golpe (embora não se saiba o nome do herói que entrou em campo na hora certa, pôs as cartas na mesa, tirou o ás do bolso, e virou o jogo), perdendo o título que afoitamente, antecipou, sem direito adquirido, o problemático Maia, tal um bebê robusto, como sempre ocorre quando as coisas não lhe sorriem, fez cara de choro ao ver o seu sonho desmantelado, em cima da hora, dando mostras inegáveis de que vive à mercê de fortes alterações emocionais. Foi uma tragédia grega! O fio de Ariadne lhe escapou das mãos na hora exata, e perdeu-se no labirinto da politicalha brasileira.


Assim como Alcolumbre pôs a culpa no Maia e na sua imensurável sede de ir ao pote do Poder, sem estar capacitado, o Maia, como não podia deixar de ser, pôs a culpa no Bolsonaro. Vejam só o raciocínio! Bolsonaro foi culpado do fracasso do golpe que a dupla trapalhona, Maia e Alcolumbre iria executar, com a ajuda do STF, para tirá-lo da Presidência. Certamente, desejava que Bolsonaro o ajudasse a remover a si mesmo do Executivo. Esses são os políticos atuais com a síndrome da construção agramatical e argumentação canhota de Dilma.


Resta ao Maia assumir, de fato, a gestão da cidade do Rio de Janeiro, visto que seu preposto, Eduardo Paes, eleito, portanto, prefeito de direito, porém, conhecido sabujo, nada fará sem ouvir a voz do ditatorial chefete. Aliás, seu pai, César Maia, depois de ser Chefe do Executivo Municipal, retrocedeu a vereador nesta cidade, atual centro de violência a cidadãos e de atos terroristas aos caixas eletrônicos, além de ser o centro preferencial do assalto aos cofres públicos, sem nenhuma explosão de indignação da mídia, por já ser venal, e da população, por estar sempre alternando o seu olhar, ora para o umbigo, ora para a praia, achando que “todo político é assim mesmo”. Tanto que fez retornar o Dudu, o da ciclovia de papel, que foi beijar o mar da Niemeyer, meses depois de inaugurada, matando três ciclistas.


Aliás, vivemos sob o império da promiscuidade social, política e midiática, apesar de haver aqueles que digam que tudo não passa de um ponto de vista de fanáticos direitistas.


Que fazer, então, com “aqueles”, que assim pensam, inteiramente míopes, quando os seus óculos de grau, já precisam de revisão imediata?


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